A Igreja Presbiteriana da Cova Gala foi iniciada como missão da Igreja Figueirense a 16 abril de 1908 sob a responsabilidade do evangelista José Rodrigues Nóbrega, sendo o pastor responsável Manuel dos Santos Carvalho. Há registo de grande afluência de pessoas nessas datas e, também do trabalho do evangelista António Rodrigues já em maio de 1909. No último domingo de junho de 1908, foi realizado o 1º batismo: Francisco Mano Moisés.
Em 1915, João Coelho, que era na altura o evangelista responsável desta missão ao desligar-se da Igreja Congregacional da Figueira da Foz e ao ligar-se à Igreja Presbiteriana da Praça Nova, levou com ele esta comunidade para a Igreja Presbiteriana.
Quando em 1932 a Igreja Presbiteriana da Figueira da Foz encerrou, esta missão voltou a ter o apoio da Igreja Congregacional e, em 1947, integraria a IEPP, tal como a Igreja Figueira.
Estando implantada numa zona de extrema pobreza, sem instalações próprias e, dependendo dos pregadores enviados pela Igreja figueirense, a história desta missão é bastante irregular até que a 23 abril de 1951, na reunião do Consistório da Igreja Figueirense foi proposta do pastor Francisco da Cruz, a abertura de uma casa de oração na Cova Gala. Com o apoio da Junta Portuguesa de Cooperação Presbiteriana, que se responsabilizou pelo pagamento da renda nos primeiros tempos e que ofereceu 2.500 escudos para a compra do mobiliário, foi possível a 8 de julho de 1951 inaugurar a nova casa de oração. Esta inauguração foi presidida pelo pastor Francisco da Cruz, acompanhado dos Presbíteros João de Oliveira Coelho e Fernando Gil.
Com a chegada do pastor João Neto ao pastorado da Igreja da Figueira da Foz, esta missão ganhou um alento diaconal. O pastor João Neto direcionou muita da sua atividade para os jovens e, tendo muitos contactos com as igrejas irmãs da Europa, organizou muitos intercâmbios, em especial campos de trabalho, onde muitos jovens de vários países europeus vinham ajudar as populações carenciadas da Cova Gala. Foi significativo o apoio logístico que a família de João Martins dos Santos e sua esposa Cândida Cabral deram a este ministério dos campos de trabalho, pois abriram a sua casa a todos os jovens que passavam por estes campos. Entre os muitos jovens que vieram, destacou-se Phillipe Aubert que, chocado com a situação de pobreza, foi um dos impulsionadores deste trabalho diaconal: angariou fundos, divulgou este ministério, chegou a criar um projecto de construção de uma fábrica de relógios suíços, foram construídas 2 casas pré-fabricadas e, mais tarde foi dele a proposta da construção de estufas. Em conjunto com o pastor Neto criou a estrutura de uma “Fundação Maranatha”, que foi a génese do Centro Social da Cova Gala. O CSCG, veio depois do 25 de abril a ser uma das instituições mais prestigiadas do Concelho da Figueira da Foz. Para além do sector agrícola das estufas, o CSCG também tem as valências de creche, jardim de infância, apoio domiciliário, cantina social, banco alimentar e loja social.
A 31 de janeiro de 1999, esta missão organizou-se como Igreja e, a primeira Assembleia Geral desta comunidade veio a realizar-se no dia 1 de julho de1999.
Até 2004 a igreja reuniu-se na Av. Remígio Falcão Barreto, ano em que se mudou para a “A Arca”, um edifício pré-fabricado implantado perto do mar, na propriedade do Centro Social da Cova Gala. Em outubro de 2018 e por causas dos muitos estragos causados pela tempestade Leslie, a comunidade volta congregar nas instalações anteriores.
Muitos dos membros devido à pobreza emigraram para os Estados Unidos e, nas alturas de verão é normal que a igreja se encha daqueles que tiveram que partir, mas que deixaram em Portugal o coração. Esta é uma comunidade vibrante de louvor, muitas das pessoas depois de um dia de trabalho árduo e de enfrentarem vidas muito complicadas, juntam-se e, com alegria e fé cantam e oram entregando a Deus toda a sua vida e situações.
Seja bem-vindo!
Fontes:
CALADO, Paulo Santo e Silva. (2012). A Obra Evangélica Congregacional em Portugal
CARDOSO, Manuel Pedro. (2001). 1901-2001: Um século na Figueira da Foz.
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